O desafio de formar leitores em tempos digitais - Escola Firjan SESI

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Artigo escrito por Yonara Costa, analista de Educação da Firjan SESI

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) orienta aos professores, pincipalmente da área de Linguagens, a formar alunos aptos a serem proficientes na escrita para diversas plataformas, redes sociais, games e tantas outras ferramentas com as quais convivemos na contemporaneidade.

Formar leitores é um desafio que há muito tempo preocupa professores brasileiros. Segundo Paulo Freire, “é preciso que a leitura seja um ato de amor”. De acordo com esse entendimento, as Escolas Firjan SESI têm construído projetos de leitura em parceria com a comunidade escolar em que o afeto seja priorizado.

Em 2020, o tema foi “Onde a minha humanidade toca a sua”, embora - à época da escrita da proposta - não sabíamos que uma pandemia assolaria a Terra, o assunto mostrou o quanto o livro pode ser um companheiro, além de uma fonte infinda de conhecimento e conexões.

É um equívoco acreditar que se trata de um artefato ultrapassado, as variadas formas de acesso à literatura começam com um livro (físico ou e-book): seja de linguagem não verbal para a educação infantil; histórias em quadrinhos; contos; crônicas; poesias; lendas e mitos; até romances mais densos para alunos do ensino médio.

Um livro literário é adotado por bimestre, e os professores escolhem a melhor estratégia para utilizá-lo com os estudantes. De vídeos no Tiktok com roteiro de clássico a perfis poéticos no Instagram – passando pelos funcionais podcasts, os alunos das Escolas Firjan SESI têm vivido muitas experiências em relacionar a literatura às diversas possibilidades tecnológicas que nos cercam.

No momento em que a sociedade vive uma "infodemia", em que poucos conseguem distinguir o que é fato do que é notícia falsa; favorecer o letramento em literatura é assegurar cidadãos mais aptos a lidar com a velocidade de informações do mundo, contribuir para o pensamento crítico e a capacidade investigativa para desenvolvimento da ciência e dos valores socioemocionais. Para tanto “A literatura como exercício de empatia” é a nossa proposta de projeto de leitura de 2021, para que questões atuais e relevantes estejam no cerne das discussões na escola.

E o projeto não se resume às aulas de Língua Portuguesa ou Literatura. Uma pessoa proficiente em leitura compreende melhor os enunciados de todas as disciplinas, viaja o mundo mesmo sem sair do lugar, conhece culturas diferentes, vive dilemas hipotéticos que podem fazê-la interpretar melhor a complexidade humana.

Ler é um exercício neurológico sofisticado que favorece a escrita utilizada tanto na comunicação midiática, como para ingresso em uma universidade. Saber distinguir o tipo de linguagem de acordo com o contexto ou a plataforma, é uma das habilidades mais importantes a serem desenvolvidas com os estudantes. Clarice Lispector escreveu certa vez que a palavra era seu domínio sobre o mundo, que seja dos nossos alunos também!

Artigo escrito por:
Yonara Costa, analista de Educação da Firjan SESI