Você já parou para se perguntar para onde vai o óleo de cozinha que utiliza em casa para fritar batatas? Já teve acesso à informação de que 1 litro desse mesmo óleo, quando descartado no ralo da pia da cozinha, pode contaminar 25 litros das águas dos rios ou dos oceanos?

E você sabia que, por exemplo, na cidade do Rio de Janeiro não existe um programa de coleta seletiva para esse material? Pois é. Foi pensando no recolhimento e reutilização correta desse produto, que está super presente na casa dos brasileiros, que um grupo de alunos da Escola Firjan SESI Jacarepaguá, do Rio de Janeiro, criou uma plataforma on-line que detecta locais apropriados para entrega do óleo vegetal que você utiliza diariamente na sua casa ou no seu comércio.

A equipe Alpha Byte, formada por 15 estudantes de Ensino Médio, elaborou o projeto “SÓLEO: localização e criação de postos de coleta de óleo usado”, que contém mapas de todos os postos de recolhimento do país. O objetivo é facilitar o acesso da população a encontrar tais locais. Agora, a Alpha Byte irá apresentar o trabalho no 5º Festival SESI de Robótica, um torneio nacional que irá receber mais de 2 mil jovens no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, entre os dias 15 e 18 de março.

A Alpha Byte foi a grande campeã da etapa regional da FIRST LEGO League Challengue (FLL), categoria que conta com uma tradicional competição de robôs criados com peças LEGO, além da apresentação de projetos de inovação, tais como o “SÓLEO”, que preveem soluções para questões relacionadas ao meio ambiente, à sustentabilidade e, principalmente, à temática principal do evento: energia.

Além da Alpha Byte, 12 times do Rio de Janeiro representam o estado no torneio nacional, sendo 11 das Escolas Firjan SESI. Da capital, participam ainda as equipes Alpha e Alpha Tecnology, da Escola Firjan SESI Jacarepaguá, e a Laranjitos, da Escola SESI Laranjeiras. Ainda estarão presentes grupos dos municípios de Macaé, Nova Friburgo, Resende e São Gonçalo. A expectativa é alta para o encontro com outros estudantes robotiquers com idade entre 9 e 19 anos.

Diretamente de Resende, a equipe Smart Lego

O alto índice de transtornos no trânsito pode ser causado por uma grande porcentagem de semáforos com defeito ou que sofreram interferências de fenômenos da natureza. Cerca de 13% das ocorrências de falha no funcionamento dos semáforos acontecem devido a fatores externos, como colisões. Outros 6% ocorrem por conta das chuvas. Muitas vezes, os consertos demoram de 12 a 24 horas. Essas informações são compartilhadas pela professora da Escola Firjan SESI Resende, Gabriela Pimentel, técnica responsável pela equipe Smart Lego, que conquistou o terceiro lugar na Champion Award da etapa regional do Torneio SESI de Robótica.

Foi pensando nisso e na dificuldade que pessoas com deficiências visuais enfrentem cotidianamente ao atravessar as ruas que a Smart Lego elaborou um projeto de inovação que prevê o aprimoramento dos semáforos já existentes. “O nosso projeto, o ‘Semáforo Smart’, contém uma placa solar geradora de energia, que garante, além do pleno funcionamento dos sinais de trânsito. Além disso, previmos a existência de uma caixa alto-falante, que traga mais segurança para as pessoas com deficiência”, explica Gabriela, uma das duas técnicas mulheres presentes nas equipes fluminenses.

Laranjitos trazem projeto de aproveitamento de frutas, legumes e verduras

Para a nova temporada da FLL, a equipe Laranjitos, da Escola Firjan SESI Laranjeiras, estreia no Festival SESI de Robótica com um projeto chamado “M.E.L.: Miniestação de Energia Laranjitos”, uma solução que tem por objetivo impactar na questão da insegurança alimentar. O projeto prevê a diminuição dos preços de alimentos em estabelecimentos comerciais como hortifrutis e supermercados, por meio da redução dos gastos com energia elétrica.

O professor Alan Bonner, responsável pelo time, que é formado por seis integrantes e mais um mentor, detalha que a miniestação é formada por um biodigestor, que aproveita os alimentos (frutas, legumes e verduras) descartados diariamente. Neste biodigestor, há a produção de um gás, responsável pelo movimento de um dínamo, que, por sua vez, gera energia elétrica para o estabelecimento comercial.

“A novidade da proposta está no mecanismo de ativação do dínamo, totalmente inovador em relação ao que existe no mercado. É sustentável, visto que não promove queima de gás (como acontece em termoelétricas) e nem desmatamento de áreas florestais (como ocorre em hidroelétricas). O gás gerado, inclusive, pode ser totalmente reaproveitado para o serviço de delivery desses locais, gerando total aproveitamento dos alimentos que seriam descartados”, explica Bonner.

Desde 2013, o SESI é operador oficial do torneio de FLL

O torneio de robótica FLL é um programa internacional de exploração científica, no qual crianças e jovens têm o objetivo de usar a imaginação e a criatividade para investigar problemas do dia a dia e buscar soluções que contribuam para um mundo melhor. Criado em 1998 pela FIRST, uma organização não governamental dos Estados Unidos, em parceria com o Grupo LEGO, a competição propõe que estudantes sejam apresentados ao mundo da ciência e da tecnologia de forma divertida, por meio da construção e programação de robôs feitos inteiramente com peças da tecnologia Lego Mindstorm. No Brasil, desde 2013, o SESI é o operador oficial das etapas regionais e nacional do torneio.

A preocupação com as questões ambientais também está presente no projeto de outra equipe da Escola Firjan SESI Jacarepaguá, a equipe Alpha. O professor Johnnatan Schubert dos Santos, que, junto à professora Vivian Nogueira, acompanha o grupo explica a hipótese do seu projeto de inovação.