Equipe da Escola Firjan SESI é classificada para torneio nacional de robótica - Escola Firjan SESI

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Alpha Byte apresentou na FIRST LEGO League Challenge (FLL) o projeto SÓLEO: localização e criação de postos de coleta de óleo usado



Uma plataforma digital interativa que contém mapas de todos os postos de recolhimento de óleo de cozinha. O objetivo é facilitar o acesso da população, sobretudo da região do bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, a encontrar tais locais, bem como saber seus horários de funcionamento e o interesse de estabelecimentos pelo óleo de soja usado nas cozinhas e comércios.

 

Esse é o resumo do projeto “SÓLEO: localização e criação de postos de coleta de óleo usado”, criado pela equipe Alpha Byte, da Escola Firjan SESI Jacarepaguá, para a etapa regional da FIRST LEGO League Challenge (FLL), realizada no início de dezembro em Caxias. 

 

A Alpha Byte foi a grande campeã da competição, que contou com a participação de 38 equipes de diversas localidades do estado do Rio de Janeiro. Agora, os nove estudantes de ensino médio da Escola Firjan SESI Jacarepaguá irão participar do Festival SESI de Robótica nacional, que acontece em Brasília, em março de 2023.

Para se sagrar campeã, a equipe participou da tradicional competição de robôs, além de apresentar o projeto de inovação do SÓLEO a um grupo de juízes, que avaliaram o potencial do trabalho a partir da pergunta central do evento: “Como será o futuro da energia?”. Entre os benefícios da plataforma, está impedir que o óleo de soja seja descartado no meio ambiente de maneira incorreta, o que acarreta na proteção das fontes hídricas e, consequentemente, na regeneração dos oceanos, diminuição dos prejuízos causados à fauna e redução dos gases do aquecimento global.

O projeto de inovação, que pretende atender ao tema 14 – Vida Marítima - dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), é assinado pelos alunos Daniele Freitas, Caíque Balducci, Isaque Vianna, Lucas Garcia, Bernardo Araújo, Felipe Duarte, Gabriel Pinheiro, Pedro Lucas e Renan de Oliveira, sob a supervisão dos técnicos da Alpha Byte, Marco Antônio Coelho, professor de Física, e Ricardo França, professor de Biologia.

Segundo os professores, o projeto nasceu a partir de uma problemática contemporânea mundial, que é a obtenção de energia a partir de fontes que não prejudiquem o meio ambiente. E o biodiesel representa uma alternativa, visto que pode ser produzido a partir do óleo de soja usado, que é descartado constantemente nas pias de cozinha das residências brasileiras. Eles explicam que, por ser uma substância não solúvel em água, o óleo se acumula nos canos dos esgotos, o que contribui para o acúmulo de resíduos de comida, proliferação de micro-organismos e pragas causadoras de várias doenças. Além disso, de acordo com os estudos realizados pela Alpha Byte, o tratamento de esgoto é encarecido em até 45% por conta dos entupimentos e danos causados pelo óleo.

“Os combustíveis que temos são muito poluentes. Hoje, temos outras possibilidades, como o biodiesel. Buscamos, portanto, elaborar um projeto para a FLL que trouxesse impacto e estivesse acessível à população e fosse menos custoso. A plataforma SÓLEO é uma forma de conectar aquele que não sabe onde entregar seu óleo de cozinha usado. Já os pontos de coleta podem ser as próprias empresas que produzem o biodiesel ou que têm acesso a quem atua na área”, explica França.

A conexão entre todos esses agentes, destaca o professor, é fundamental. Coelho complementa dizendo que, na Escola Firjan SESI, já foi realizada inclusive uma feira de ciências, em outubro deste ano, em que foram recolhidos 270 litros de óleo de cozinha usado, em um período de apenas uma semana. “Isso deu a dimensão do que representa o projeto. Tem pessoas que não sabem o que fazer com o seu óleo de cozinha. E ele é fonte de energia renovável!”, ressalta.

Para se ter uma ideia, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (ABIOVE), cada família brasileira consome, em média, 4 litros de óleo por mês, dos quais descarta 1,5 litro. Levando em consideração os dados do IBGE, que estimam a existência de 69 milhões de família no país, os brasileiros descartam cerca de 1 bilhão de litros de óleo de forma equivocada.

Os professores afirmam a importância de a população entender este problema e saber de sua gravidade. “Com a plataforma, tentaremos ampliar os pontos de coleta. Em primeiro lugar, na comunidade que está em nosso entorno. Com a ida da Alpha Byte para o Festival SESI de Robótica, precisamos avançar para diversas localidades brasileiras, para além do Rio de Janeiro”, salienta Coelho.

“O mais importante disso tudo é pensar que a nossa escola apresenta aos seus alunos questões que, muitas vezes, só são discutidas com os jovens que já estão na universidade. Estamos à frente. Quando participamos de um torneio de robótica, colocamos nossos alunos em um nível superior”, destaca Fernanda Divino, pedagoga da Escola Firjan SENAI SESI, lembrando que, para realizar o projeto do SÓLEO, os estudantes visitaram a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e empresas como Furnas e LATAM.

“Toda essa estrutura oferecida pela escola é um privilégio. Aqui temos laboratórios acessíveis aos alunos, oferecemos oportunidades para eles estarem em contato direto com profissionais, professores, pesquisadores. Experiências como essa da elaboração do projeto e da premiação que a Alpha Byte recebeu no torneio regional tornam o aprendizado muito mais prazeroso”, finaliza França.