Ao assumir o cargo de analista de linguagens em dezembro de 2019, comecei a rascunhar o projeto de leitura para 2020 com o tema: “Onde minha humanidade toca a sua”. A proposta era simples, um livro literário por bimestre para toda educação básica, atividades escolhidas pelos docentes da área (e áreas afins) alinhadas à BNCC.

Como cidadã, escolhi o tema por afinidade ao que é o ser humano (ou ao que deveria ser), em muito me entristecem os discursos de ódio, a proliferação de fakenews, tudo superdimensionado nesse universo virtual. Como professora com mais de duas décadas em sala de aula, orientei para a importância das atividades em diálogo com as plataformas digitais.

Para embasar o discurso, recorri às pesquisas que comprovam que o estudante brasileiro não avança há alguns anos dos níveis básicos de leitura, segundo as provas nacionais e internacionais. A importância da leitura é o foco para que os índices cresçam, não apenas na área de Linguagens, mas é necessário compreender que a interpretação é a base para todas as outras áreas/disciplinas.

Ler é verbo de uma amplitude que nos salva não apenas intelectualmente, mas o livro é um companheiro; e a literatura ficcional, um exercício de empatia.

No jargão corporativo, usamos muito a expressão “está no radar”. O desejo era que o projeto de leitura começasse no radar dos professores e entrasse no coração. Um projeto que minimizasse a burocracia para ampliar a liberdade dos profissionais no desenvolvimento das atividades que fossem significativas de acordo com o contexto.

O que não estava no nosso radar era uma pandemia. O que estava (está) no nosso radar era (é) o afeto.

“Me movo como educador, porque, primeiro, me movo como gente”, Paulo Freire.

Para agregar valores ao projeto, propusemos a Revista Linguagens para publicar os trabalhos exitosos dos professores.

A primeira parte da revista traz o texto que deu início ao Projeto de Leitura das Escolas Firjan SESI, a seguir, os artigos escritos por alguns dos corajosos profissionais que deram vida, vigor e teoria à construção de trabalhos eficientes que aconteceram no atípico ano letivo de 2020.

Os artigos representam uma parcela das atividades que aconteceu nas escolas, mas demonstram o compromisso de profissionais que não deixaram o vírus destruir os nossos sonhos de construir uma escola como um lugar de histórias e possibilidades.

Artigo escrito por Yonara Costa, analista de Educação Básica da Firjan SESI