Trio de alunos da Firjan SESI São Gonçalo é finalista de feira científica da USP - Escola Firjan SESI

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O projeto desenvolvido é uma embarcação movida a energia solar


Inconformados com a degradação de uma das mais belas paisagens às margens da Baía de Guanabara, a da Praia das Pedrinhas, em São Gonçalo, três jovens moradores do local resolveram pôr em prática os conhecimentos de ciências da natureza adquiridos no colégio. Carlos Eduardo Keller, de 19 anos, Daniel Caruso, de 18, e Rafaela Pessanha, de 17, pensaram em construir uma embarcação para recolher o lixo do mar que não utilizasse combustível poluente. 

Na Escola Firjan SESI São Gonçalo, os três desenvolveram, sob orientação de professoras, o projeto de uma ecodraga movida a energia solar. Graças a essa tecnologia inovadora, conseguiram atingir um feito inédito pela escola e estão entre os finalistas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) da Universidade de São Paulo (USP), uma das mais importantes feiras de pesquisa científica para o Ensino Médio no país.

“Tudo o que desejamos é que os alunos estabeleçam uma conexão entre o aprendizado e o dia a dia. Além de estimular a participação da comunidade escolar nessas Feiras Científicas, a classificação mostra que estamos no caminho certo, promovendo uma aprendizagem investigativa e reflexiva. Para além disso, ensinamos aos nossos alunos que a ciência tem um compromisso social”, ressalta Simone Caires, analista de Educação Básica da Firjan SESI.

Os alunos foram destaque no portal O São Gonçalo e explicaram um pouco mais como foi a ideia: "A gente decidiu adotar energia solar por ser uma fonte de energia renovável. Não usamos gasolina para evitar o vazamento de combustível nos oceanos da Baía de Guanabara", disse Carlos Eduardo. "Atualmente, milhares de espécies marinhas morrem por conta do descarte incorreto dos resíduos e fluidos nos mares e rios. A ecodraga iria recolher esse lixo flutuante que fica no mar", acrescentou.

Ecodraga contra vazamento de gasolina

O projeto “Ecodraga – uma alternativa para o lixo flutuante” foi desenvolvido ao longo do ano passado, quando o trio cursava o último ano do Ensino Médio da Escola Firjan SESI, articulado com o curso técnico da Firjan SENAI. Inspirados nas aulas de ecologia, eles decidiram pensar numa solução para a questão da poluição naquele trecho da baía, uma ameaça à vida marinha e à comunidade pesqueira do entorno. 

Diferentemente de embarcações coletoras semelhantes, a ecodraga se propõe a evitar outro problema: o vazamento de gasolina. A solução foi utilizar placas fotovoltaicas, fonte de energia renovável. “A inscrição na FEBRACE foi despretensiosa. São vários projetos acadêmicos, de altíssimo nível. Não acreditamos quando fomos para a final. Estou muito feliz”, comemora Carlos Eduardo Keller, um dos alunos.

Num primeiro momento, os estudantes mostraram a ideia a duas profissionais da Firjan SESI São Gonçalo, que ficaram encarregadas de orientá-los. Empolgadas com a proposta, Aline Farias, professora de Química, e Valéria Figueiras, de Matemática, resolveram tirar o projeto do papel. Para isso, elas levaram os jovens ao FabLab da Casa Firjan, onde a embarcação desenhada no computador tomou forma graças a equipamentos como impressora 3D.

“Sempre incentivamos o debate e o pensamento crítico, e essa conquista foi muito representativa. O projeto vem sendo elogiado pelo comitê avaliador”, relata Aline, que pretende buscar financiamento para construir a ecodraga: “Gostaríamos de levar o projeto às autoridades para que possamos estudar a viabilidade de sua execução”, explica a professora.

A ideia de inscrever o projeto na Feira também partiu da dupla de professoras. Valéria comemora o retorno: “O pensamento foi construído de forma conjunta, em conversas na sala de aula, e despertou o interesse da comunidade externa. Esse é um dos objetivos da FEBRACE, incentivar a reflexão e promover a cultura da ciência”.

Incentivadora de torneios, olimpíadas e feiras, a coordenadora de Educação Básica da Escola Firjan SESI São Gonçalo, Marcília Picanço, enxergou, num ano delicado como o da pandemia, a necessidade de manter o interesse dos alunos com foco na pesquisa científica. “A notícia da aprovação já foi uma vitória e estar entre os finalistas num evento do nível da FEBRACE é sensacional. O peso dessa conquista para São Gonçalo é gigante. Representamos uma oportunidade de mudança efetiva para a comunidade”.